01/02/2012 15:29
O mercado de trabalho da região encerrou 2011 com a menor taxa de desemprego da série histórica da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), iniciada em 1998. Favorecida, principalmente, pelo aumento no nível de ocupação no comércio, a taxa caiu para 8,1% da População Economicamente Ativa (PEA) em dezembro, ante 8,6% em novembro e 9,5% em dezembro do ano passado.
Segundo a pesquisa, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), em parceria com o Consórcio Intermunicipal, o contingente de desempregados foi estimado em 115 mil pessoas no mês passado, menor patamar da série histórica da PED e total 13,5%
inferior ao de dezembro de 2010 (133 mil pessoas).
A redução no contingente de desempregados decorre da geração de 45 mil vagas em 2011, que elevaram o total de ocupados em 3,6%, para 1,309 milhão de trabalhadores. Esse aumento é superior ao de pessoas que se integraram à força de trabalho, ou seja, entraram na PEA (27 mil).
“(2011) Foi um ano bom para o mercado de trabalho do ABC, já que a taxa de desemprego registrou desempenho melhor que o de 2010, apesar da desaceleração na economia. A região caminha a passos largos para o pleno emprego”, previu o coordenador da PED pela Fundação Seade, Alexandre Loloian.
Sob a ótica setorial, o comércio deu a maior contribuição para o aumento na ocupação no ABC, com a criação de 44 mil vagas, expansão de 27,2% sobre o estoque de dezembro de 2010. Também houve elevação na indústria, de 8,7%, com a criação de 30 mil vagas. O resultado nos dois segmentos compensou a queda na ocupação nos serviços (de 3,1%, ou menos 19 mil postos de trabalho) e no agregado Outros Setores, que reúne construção civil e serviços domésticos (-6,8%, ou 10 mil vagas a menos).
Carteira assinada – Ainda segundo a PED, o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceu 5% em 2011 na região, para 720 mil pessoas, enquanto o total dos sem carteira caiu 20,2%, para 99 mil. Loloian atribuiu os dois resultados ao movimento de formalização do mercado de trabalho. “As empresas do ABC estão substituindo vagas precárias por vagas formais, com acesso a direitos”, disse.
Entre novembro de 2010 e de 2011, o rendimento médio dos trabalhadores ocupados cresceu 1,4%, enquanto o dos assalariados permaneceu praticamente estável (alta de 0,1%). A massa de rendimentos, por sua vez, cresceu 3,5% no mesmo período de 12 meses. “A massa de rendimentos é a galinha dos ovos de ouro que tem mantido a economia brasileira aquecida”, comentou.
Previsão é de que índice fique a baixo de 10% no ano
A taxa de desemprego no ABC deve se manter na casa de um dígito em 2012, previu o coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade), Alexandre Loloian. Em dezembro, a taxa registrada foi de 8,1%, a menor da série histórica do levantamento, iniciada em 2008. “Este será o ano de um dígito”, afirmou o economista, referindo-se também à previsão dos analistas de que o Banco Central manterá a trajetória de queda na taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,5% ao ano, nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Loloian, porém, condicionou a confirmação da previsão à manutenção do atual ritmo da economia – que, segundo o coordenador da PED, deu sinais de recuperação no último trimestre de 2011. O leque de condições necessárias à manutenção da taxa na casa de um dígito inclui a continuidade do afrouxamento monetário e a retirada das medidas de contenção da atividade econômica adotadas desde o fim de 2010.
O economista alertou que tudo vai depender também dos desdobramentos da crise europeia. “O cenário mais negativo seria a ocorrência de terceira fase da crise financeira mundial”, disse Loloian, destacando que desse movimento seria difícil o Brasil escapar.
PED anual – Durante a divulgação da PED de dezembro, Loloian apresentou também os resultados anuais médios dos principais indicadores da pesquisa em 2011. A taxa de desemprego, por exemplo, ficou em 9,9%, abaixo dos 11,3% registrados em 2010. O nível de ocupação, por sua vez, aumentou 2% na mesma comparação, enquanto o de desempregados caiu 12%.
Fonte: Diário Regional