Entre as características que tornaram a região pujante economicamente está a posição geográfica das sete cidades e, a partir da década de 50, da construção de um dos maiores parques industriais do País. O Grande ABC está localizado entre o litoral e a capital paulista, com facilidade de acesso entre o Porto de Santos, Aeroporto Internacional de Guarulhos, bem como cidades da Região Metropolitana de São Paulo e do interior – interligados pelo Rodoanel Mário Covas, Rodovia Anchieta, Rodovia dos Imigrantes, entre outras vias.
No século 16, a região foi ponto de passagem e descanso de tropas da colônia portuguesa e visitantes que vinham do litoral em direção ao interior do Estado. A ocupação territorial se deu a partir do século 18, sendo que o processo foi acentuado a partir dos anos seguintes. Entre os fatores para a formação dos primeiros núcleos urbanos do ABC está a instalação da ferrovia São Paulo Railway Company – Santos-Junduaí, utilizada para o escoamento da produção cafeeira.
A infraestrutura ferroviária atraiu indústrias para a região, inicialmente do setor têxtil, químico, de cerâmica e móveis. A vocação industrial ganha força a partir da década de 50, fora do eixo ferroviário. Investimentos na ampliação rodoviária, com a construção da Imigrantes e da Via Anchieta. No entorno dessas rodovias se instalaram as primeiras grandes montadoras de veículos do Brasil. Esse movimento intenso da indústria garantiu à região referência por ser o “berço do automobilismo” nacional. O fortalecimento da atividade fabril em toda a cadeia de produção e de serviços, que gerou grandes contingentes de mão-de-obra na região, suscitaram o nascimento e o fortalecimento dos movimentos sindicais.
Em 1961, pela primeira vez as sete cidades foram denominadas como “Região do Grande ABC”, em um editorial do jornal News Seller, atual Diário do Grande ABC (MELO, Matilde M.A, 2001). A partir dos anos 80, a indústria registra primeiros movimentos de retração. Na década de 90, a desaceleração econômica da região e a oferta de estímulos fiscais por outros municípios e Estados do país provocou perdas na indústria regional.
Após décadas de crescimento, problemas provocados pelo alto índice de urbanização sem planejamento e pelos primeiros sinais de retração da economia foram mote para a criação de entidades regionais de debate, proposição, deliberação e execução de medidas afirmativas para o Grande ABC – Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Câmara Regional do Grande ABC e, posteriormente, a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.