10/12/2009 10:14
Expansão decorre da demanda sazonal de vagas para o fim do ano; geração de emprego no Estado dobrou em relação a outubro de 2008, quando a crise econômica começou a afetar o mercado de trabalho
O Boletim de outubro do Observatório do Emprego e do Trabalho (www.observatorio.sp.gov.br), da Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho (SERT), aponta que o número de vagas formais de trabalho criadas no Estado, pelo comércio, aumentou 78% em relação a setembro deste ano. O emprego na indústria de transformação continua em expansão – assim como nos meses anteriores.
“O aumento da contratação no comércio é sazonal, resultado da abertura de postos típica de final de ano”, destaca o secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos. “Observamos também que o emprego na indústria continua se recuperando”, comenta.
Em outubro, o comércio apresentou saldo positivo de 20.611 postos formais de trabalho, ante 11.582 em setembro (aumento de 78%). Foi o setor com o segundo melhor desempenho – o primeiro foi a indústria de transformação (+20.888).
Também no comércio registrou-se a ocupação com maior crescimento em outubro: operador do comércio em lojas e mercados (+9.002 vagas).
O número de vagas criadas pela indústria de transformação (+20.888) ficou próximo ao contabilizado em setembro (20 mil). A segunda ocupação que teve maior expansão está ligada à indústria: alimentador de linha de produção (+7.747 vagas).
Os setores Atividades Administrativas e Serviços Complementares e Construção registraram saldos positivos de 9.151 e 4.077 vagas, respectivamente.
Duas atividades apresentaram saldo negativo: Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aqüicultura (-2.521) e Artes, Cultura, Esporte e Recreação (-565). Nos demais 20 setores houve expansão.
Crise econômica
O saldo total de postos formais de trabalho criados no Estado de São Paulo em outubro foi positivo em 69.146 vagas, ante 59 mil em setembro.
Em outubro de 2008 foram gerados 34.676 postos – metade do saldo de outubro de 2009. “Essa diferença decorre do impacto da crise econômica, que começou a ser sentida em outubro do ano passado”, explica o professor Hélio Zylberstajn, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe/USP), que é parceira da SERT no Observatório do Emprego.
Renovação da força de trabalho
Mais da metade das vagas criadas em outubro (61,7%) foi ocupada por trabalhadores com até 24 anos. A proporção – apesar de alta – é um pouco menor em relação a setembro (66,1%).
“Está ocorrendo uma renovação da força de trabalho: os novos contratados são jovens com ensino médio completo”, analisa Zylberstajn.
Quanto à escolaridade, 70,7% dos empregos foram preenchidos por trabalhadores com ensino médio completo, ante 71,7% em setembro.
Aumentou a participação de pessoas com ensino fundamental completo (9,6% contra 7,7% em setembro) e diminuiu a de trabalhadores com ensino superior completo e incompleto (12,9% ante 17,5% em setembro).
As mulheres ocuparam 45,2% das vagas – em setembro a proporção foi 44,5%.
Regiões e salários
A única região do Estado com desempenho negativo foi a de Barretos (-118 vagas). A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) foi a que criou mais vagas (+40.317), seguida pelas regiões de Campinas (+9.684), Sorocaba (+4.940) e São José dos Campos (+3.430).
Durante o período de 12 meses encerrado em outubro de 2009 houve, no Estado, um crescimento líquido de 92.676 postos de trabalho. Deste total, 84.472 foram registrados na RMSP.
O salário médio dos admitidos no Estado em outubro (R$ 898) aumentou 0,7% em relação a setembro e 1,2% na comparação com outubro do ano passado. O maior valor foi registrado na RMSP (R$ 986) e, o menor, na região de Araçatuba (R$ 697).
Das 15 regiões administrativas, nove apresentaram aumento de salário – as maiores altas ocorreram nas regiões de Registro (+11,9%), Barretos (+8,8%) e Central (São Carlos/Araraquara), com +5,2%. As maiores quedas foram nas regiões de Presidente Prudente (-2,9%), Sorocaba (-2,1%) e Araçatuba (-1,6%).
As remunerações mais elevadas foram as dos médicos (R$ 3.497); administradores (R$ 3.344); gerentes administrativos, financeiros e de risco (R$ 3.323); e gerentes de comercialização, marketing e comunicação (R$ 3.253). Os menores salários foram os dos trabalhadores agrícolas na fruticultura (R$ 479); trabalhadores de apoio à agricultura (R$ 548); e operadores de telemarketing (R$ 549).
Confira no link a íntegra do Boletim Mensal de outubro:
http://www.emprego.sp.gov.br/downloads/observatorio/boletim_200910.pdf
Fonte: Da Redação