30/09/2009 14:00
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reviu, para cima, a
previsão de crescimento da economia brasileira em 2009. No Informe
Conjuntural divulgado hoje, a instituição prevê que o PIB deste ano
empatará com o de 2008, ou seja, crescimento zero. A previsão anterior,
feita em junho, era de retração de 0,4%.
O principal motivo para a melhora da previsão da CNI foi o desempenho do
consumo das famílias, que cresceu 2,1% no segundo trimestre do ano, de
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais
do que o previsto anteriormente. Segundo a instituição, o consumo das
famílias no segundo trimestre já superou por completo os impactos da
crise e atingiu patamar recorde quando considerado o índice
dessazonalizado (sem os efeitos de calendário e sazonais).
O consumo interno é alimentado, na avaliação da CNI, pela maior concessão
de crédito para pessoa física, pelo aumento da massa salarial
(principalmente do setor público), a política assistencialista do Governo
Federal, que garantiu o consumo das famílias de baixa renda, e as
desonerações tributárias, notadamente de IPI de bens duráveis. Para a
CNI, o consumo das famílias crescerá 2,4% em 2009 ante 2008.
De acordo com o texto do Informe Conjuntural, a previsão da CNI para o
crescimento econômico neste ano só não é melhor por conta dos
investimentos, que não apresentaram reação. A formação bruta de capital
fixo caiu 20,3% no acumulado do quarto trimestre do ano passado e no
primeiro deste ano, tendo se estabilizado no segundo trimestre de 2009.
“Mesmo com o crescimento da demadna, os investimentos ainda não se
recuperaram”, diz o texto.
Para a CNI, “os bons resultados recentes não significam que a crise está
superada”. O PIB industrial, mesmo tendo crescido no segundo trimestre
ante o primeiro, ainda teve queda de 7,9% na comparação com o mesmo
período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, a queda é de
8,6% ante igual intervalo de 2008. Por isso, a previsão da CNI para o PIB
industrial é de recuo de 4%. A projeção anterior, de junho, era de queda
de 3,5%.
Emprego
Para a CNI, o ajuste no mercado de trabalho já foi feito e as vagas
começam a ser reabertas. A previsão da instituição para a taxa de
desemprego, em porcentagem da População Economicamente Ativa (PEA), saiu
de 9% em junho para 8,1% na atual edição.
A CNI manteve a previsão da inflação medida pelo IPCA em 2009: 4,2%. A
instituição avalia que a inflação está contida e, por isso, o Banco
Central (BC) não tinha motivos para interromper a queda da taxa básica de
juros, a Selic, que está em 8,75% ao ano. A CNI acredita que o BC não
retomará os cortes da taxa nas próximas duas reuniões do Comitê de
Política Monetária (Copom) deste ano e, portanto, a Selic terminará 2009
em 8,75% ao ano.
A CNI manteve a projeção das exportações, em US$ 151,5 bilhões, mas
diminui a previsão das importações, de US$ 130 bilhões na previsão de
junho para US$ 123 bilhões na atual. Com isso, o saldo da balança
comercial passa de US$ 21,5 bilhões para US$ 28,5 bilhões.