A estratégia de política internacional do governo de dar mais atenção ao comércio com países em desenvolvimento e mais pobres recebe críticas de representantes dos exportadores. Mas analistas dizem que a queda nas exportações foi menor do que teria sido se o Brasil ainda exportasse mais para os países que estão no centro da turbulência.
Os sete países mais ricos, chamados G7, são Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido. Segundo dados divulgados ontem pela OCDE, a economia desses países teve queda no primeiro trimestre de 2,2%.
Em 2003, primeiro ano do governo Lula, os sete principais países da OCDE recebiam 39,59% das exportações brasileiras. Em 2007, a participação havia caído para 31,24%. No primeiro quadrimestre, a participação foi de 26,4%.
A China, que não compõe o G7 nem participa da OCDE, vem segurando as exportações. Nos quatro primeiros meses de 2008, a China recebeu 6,9% das vendas externas do Brasil, e a parcela subiu para 12,9% neste ano. A participação dos EUA caiu de 14% para 11% período.
“Se ainda tivéssemos as exportações concentradas nos países mais ricos, nosso risco agora seria enorme”, diz Márcio Eduardo Fortes, da Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior).
O vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, discorda da política do governo. “O Brasil não pode prescindir dos países desenvolvidos para exportar. O diálogo comercial com os EUA foi claramente abandonado. Sentimos na pele a queda de exportações de manufaturados.”
Fonte: Folha de S. Paulo