Documento foi entregue durante evento promovido pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, com foco na Nova Indústria Brasil e na defesa da indústria nacional
Representantes do setor de borracha no Grande ABC entregaram ao governo federal, na última segunda-feira (14/07) uma pauta com reivindicações para conter os impactos da concorrência desleal nas importações de pneus. A entrega ocorreu durante o encontro regional promovido pela Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC para debater a política industrial implementada pelo governo federal, a Nova Indústria Brasil (NIB).
Além de alinhar estratégias e apresentar o posicionamento das sete cidades frente à política de reindustrialização com a entrega da pauta regional unificada, a atividade contou com a entrega de pautas setoriais ao secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento (MDIC), Uallace Moreira Lima. Entre elas, a da indústria de pneumáticos.
Há uma preocupação do setor, especialmente de empresas instaladas em Santo André, com a escalada das importações asiáticas que já representam cerca de 55% do mercado nacional — índice que em 2021 era de apenas 30%.
Considerado um elo estratégico da cadeia automotiva, o setor de pneus vem enfrentando perda de competitividade, riscos de fechamento de postos de trabalho e adiamento de investimentos.
Entre as reivindicações entregues ao MDIC estão a elevação imediata da alíquota de importação de pneus, maior agilidade nos processos de defesa comercial (em especial investigações antidumping e decisões da Camex e Decom), estímulo a novos investimentos, preservação dos empregos no território nacional e controle ambiental sobre os importadores, com foco na política de logística reversa.
“Temos um setor com capacidade produtiva, inovação e tecnologia, mas que está sendo sufocado. É urgente proteger a produção nacional e garantir a sobrevivência da indústria de pneumáticos no Brasil, bem como dos diversos empregos na cadeia produtiva”, afirmou Aroaldo Oliveira da Silva, presidente da Agência.
As lideranças alertaram ainda para o risco de desmobilização de fábricas e fuga de investimentos caso não haja uma resposta rápida por parte do governo federal. Para o setor, o momento é crítico e exige medidas firmes, que garantam condições justas de competição e permitam que regiões industriais maduras como o Grande ABC sigam cumprindo seu papel no desenvolvimento do país.
Foto: Adonis Guerra