Diretor do BNDES projeta alta do PIB de até 5% ao ano

24/11/2009 12:22

O diretor de planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Carlos Ferraz, espera um crescimento da economia brasileira entre 4% a 5% para os próximos 4 a 5 anos, mas avalia que “o grande desafio do País é transformar crescimento em desenvolvimento sustentável”.

Em evento na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ferraz listou alguns avanços já ocorridos no Brasil e que, segundo ele, vão ajudar o País a “ocupar espaço no mundo novo” que se configura após o fim das turbulências mais fortes que marcaram o mundo no auge da crise. São eles, segundo o diretor, o baixo nível de endividamento das empresas, maior inclusão econômica no mercado interno e estabilidade política e institucional. Mas alerta que “em termos de competência o Brasil tem ilhas mas não arquipélagos, a educação é pobre e a infraestrutura é absolutamente insuficiente”.

Para o diretor do BNDES, ainda que o Brasil já garanta mais previsibilidade para os investidores, com continuidade da evolução da política econômica e social, a capacidade de investimento do Estado “ainda é insuficiente para os nossos desafios”.

Neste contexto, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, voltou a defender ontem que o Brasil mantenha a política monetária ancorada no sistema de metas inflacionárias e no regime de câmbio flutuante, embora reconheça que essa estratégia, por si, não basta para o sucesso da estabilização econômica. Meirelles acredita que, para isso, é preciso combinar um conjunto de outras medidas como, por exemplo, o controle da política fiscal. Para ele, a sugestão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de linhas de crédito para socorro das economias em crise pode ser um instrumento a mais em situações adversas. Mas o presidente do BC considera que os países devem buscar sempre um bom nível de reservas internacionais, lembrando que elas serviram de colchão para atenuar, no Brasil, a falta de liquidez no mercado mundial após a crise desencadeada em setembro do ano passado. Ele informou que, do total de dólares do estoque de reservas emprestado ao mercado (US$ 24,5 bilhões), só faltam retornar cerca de US$ 2 bilhões.

No início da crise, as reservas somavam US$ 205 bilhões, alcançando, no início deste mês, US$ 235,8 bilhões. “O Brasil sai da crise com crescimento do emprego, da renda e do crédito com regras prudenciais”, enfatizou Meirelles, em evento no Insper.

Fonte: DCI

Notícias relacionadas