25/03/2010 13:12
Os dados apresentados pelo secretário de Desenvolvimento e Relações de Trabalho de São Caetano, Celso Amâncio, na terceira oficina sobre trabalho decente que antecede a Conferência Regional sobre o tema, mostram que a cidade é desenvolvida, mas necessita apenas de alguns “reparos”. Na avaliação realizada durante o evento, que aconteceu nesta terça-feira (23/03), os trabalhadores de São Caetano sofrem com dificuldades relacionadas ao bem-estar, como trânsito, saúde e habitação. Para a Prefeitura, temas ligados ao trabalho indecente não apresentam problemas no município.
“Temos 152 mil habitantes e mais de 97 mil estão empregados formalmente”, afirmou o secretário. Apesar disso, 30% desse número trabalha fora da cidade. Sobre a Administração apoiar empresas que defendem e exercem o trabalho decente, Amâncio disse que a Prefeitura já o faz. “A grande luta é que as empresas, cada vez mais, compreendam a responsabilidade social que cada uma tem e que não compactuem com o trabalho escravo, menoridade e turno de muitas horas, por exemplo”, falou.
No entanto, o assessor do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário, Solidariedade de São Caetano, Francisco José de Souza Ribeiro, o Chicão, destaca que um dos problemas da cidade é que não há trabalhadores da categoria vivendo no município. Quando é necessário mão-de-obra, é preciso chamar operários de outras cidades. “Os trabalhadores acabam ficando em alojamentos nas próprias obras, vivendo precariamente”, contou.
De acordo com o assessor, a cidade tem cerca de 5,5 mil operários com carteira registrada no segmento e mais cerca de 4 mil informais. A preocupação do sindicato é na construção do Espaço Cerâmica no município. “Vamos ter que pelo menos dobrar esse número de trabalhadores”. Quanto a isso, a informação dada pela Prefeitura é de que 300 vagas para a formação de profissionais no setor foram abertas no ano passado na cidade, mas não houve procura o suficiente para formar a turma.
Empresários – As oficinas de trabalho decente deveriam ser tripartites, mas não foi o que ocorreu com São Caetano. Órgãos da Prefeitura e sindicatos estiveram presentes, mas os empresários não compareceram ao encontro.
“Esse processo de envolvimento do setor empresarial vai de cidade para cidade. Em alguns municípios isso acontece naturalmente em outras é preciso fomentar”, falou o assessor de Políticas Públicas e Sociais do Sindicato dos Químicos do ABC e um dos membros do Comitê Gestor da Conferência Regional, Nilton Freitas.
“São Caetano tem condições bens distintas nos aspectos sociais, econômicos, trabalhistas e talvez isso seja um dos fatores da ausência do setor empresarial, mas esses níveis elevados também poderiam ter sido apresentados pelos empresários”, finalizou.
Fonte: ABCD Maior