Projeto automotivo oferece 30 vagas

18/09/2012 13:29

Pequenas e médias empresas da cadeia automotiva da região, principalmente as que integram os setores de peças e componentes ou ferramentaria e moldes, interessadas em se capacitar e exportar para os países do Mercosul (Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai – suspenso temporariamente), podem se inscrever até o dia 11 no Projeto de Adensamento e Complementação Automotiva no Âmbito do Mercosul.

O intuito do projeto é oferecer consultoria, treinamentos, oficinas, estudos de mercado, desenvolvimento de manuais e rodadas tecnológicas para tornar as firmas mais competitivas, principalmente do ponto de vista tecnológico.

A proposta é iniciativa da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), cofinanciada pelo Focem (Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul). No Estado de São Paulo, o projeto mantém parceria com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

O volume total de recursos a serem investidos nas pequenas e médias companhias é de R$ 3,9 milhões. O projeto oferece 100 vagas para Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, países que compõem o Focem Auto. A Venezuela não entrou porque sua adesão ao bloco ocorreu depois da formalização da proposta. Há 45 oportunidades para o País, sendo que, dessas, 30 são especificamente para firmas do Grande ABC.

As interessadas devem ocupar posição de segundo, terceiro ou quarto nível da cadeia automotiva, ou seja, ser fabricante de peças e componentes, responsável pela transformação desses itens ou pela montagem de conjuntos. Para comprovar que atua na região, é preciso ter fábrica em uma das sete cidades e o faturamento anual deve ser entre R$ 1 milhão e R$ 30 milhões, com parcela significativa proveniente do ramo automobilístico.

Segundo Fausto Augusto, coordenador do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi acordado com o Focem que não haveria restrições quanto à participação de empresas que estejam com problemas financeiros ou dívidas tributárias. “Esperamos que isso realmente seja cumprido. Dessa forma, será boa oportunidade para as pequenas empresas, que costumam ter mais dificuldade no acesso a recursos públicos”, diz. “Esse auxílio, no entanto, é só o início de um processo.”

Na avaliação de Norberto Perrella, diretor da Ferkoda, fabricante de peças para ar-condicionado de veículos e de queimadores para fogões de Mauá, a proposta é interessante para as firmas que têm produção mais diversificada e não dependem 100% de clientes da área automotiva. “Para empresas que concentram a produção em um só item para a cadeia automotiva, e são altamente dependentes do setor, buscar competitividade através de capacitação não é o suficiente. A carga tributária e os gastos com logística e energia continuam pesando e fazendo com que se perca mercado para os produtos chineses.”

Mesmo assim, Perrella, que integra o APL (Arranjo Produtivo Local) Metalmecânico, vai apresentar a proposta aos integrantes do grupo na reunião da próxima semana.

INSCRIÇÃO – Interessados em preencher formulário do edital de chamada pública, lançado na quinta-feira no Consórcio, devem acessar o link http://www.abdi.com.br/Acao%20Documento%20Legislacao/Chamada%20P%C3%BAblica%20-%20S%C3%83O%20PAULO.pdf. O preenchimento deve ser realizado de uma só vez. Dúvidas poderão ser solucionadas por meio dos contatos: [email protected] ou [email protected].

Um comitê de seleção fará a avaliação das candidaturas entre 15 e 19 de outubro, divulgando resultados entre 23 e 26 de outubro. A assinatura do termo de adesão ao projeto ocorrerá de 29 a 31 de outubro.

Segundo Alexandre Amissi, gerente de assuntos internacionais da ABDI, ainda neste ano será iniciado o trabalho nas companhias selecionadas. Entre as ações previstas está a extensão tecnológica individualizada, envolvendo tanto a área da produção quanto a gerência, por meio de um programa de consultoria e capacitação de pessoal. Serão propostas, ainda, melhorias que exigirão, como contrapartida das empresas, a implementação das soluções apontadas. “O projeto pode envolver coisas simples como uma mudança de layout do chão de fábrica, mas também trará novas ferramentas de produção e gestão para dentro das indústrias.”

Fonte: Diário do Grande ABC

Notícias relacionadas