Crédito na região cresce 34% e supera alta estadual

18/04/2012 11:10

As empresas e os consumidores do Grande ABC contrataram em janeiro 34% a mais de crédito do que no mesmo mês do ano passado. Segundo informações do BC (Banco Central), a demanda foi o suficiente para que o saldo de operações para as sete cidades acumulasse R$ 16 bilhões no primeiro mês deste ano. O saldo representa o montante que os bancos têm emprestado e que ainda não foi liquidado.

No mesmo período do ano passado, segundo a autoridade monetária, o valor ficou em R$ 11 bilhões. Com o resultado, a região atingiu crescimento mais vigoroso do que o Estado de São Paulo e o País. Os paulista foram responsáveis pelo saldo de operações de crédito de R$ 971 bilhões em janeiro. O resultado é 21% superior a igual período do ano anterior. Segundo o BC, o SFN (Sistema Financeiro Nacional) contabilizou saldo de R$ 2,02 trilhões, acréscimo de apenas 18% em relação ao mesmo mês de 2011.Os dados municipais fazem parte das Estban (Estatísticas Bancárias Municipais) do BC.

O documento, divulgado mensalmente, reúne informações enviadas por todas as instituições financeiras, considerando dados de suas unidades nos municípios.Em janeiro, o montante apresentado no Estban correspondia a 87% do valor total do saldo de crédito do País. Isso ocorre porque algumas agências não conseguem fechar os balanços e enviar ao BC, mesmo com a publicação dos resultados três meses depois do mês referência.

Para o professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo e da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Sandro Maskio, o crescimento mais vigoroso do Grande ABC é positivo.”Alguns fatores contribuíram para o resultado. A melhora das taxas de emprego e a expansão da renda (superiores ao acréscimo médio estadual e nacional) principalmente. Essas características inserem mais pessoas no mercado consumidor. E a consequência é o maior acesso ao crédito”, explicou Maskio.

O pesquisador do Instituto Fractal, Fabiano Guasti Lima, explicou que a melhor condição do consumidor no mercado de trabalho e a ampliação da sua renda proporcionam mais garantias.

Desta maneira, além de mais confiantes para contratar empréstimos, financiamentos, ou comprar parcelado, os consumidores têm mais condições para ter suas operações aprovadas pelas instituições financeiras.Mas Lima, que também é professor de Finanças da USP/RP (Universidade de São Paulo – Unidade Ribeirão Preto), alerta para uma consequência sobre o resultado: “Alguns estão usando crédito para parcelar dívidas”, disse.

NA CAIXA – O volume de concessão de crédito aos consumidores subiu 17% na Caixa Econômica Federal na primeira semana após o anúncio da redução das taxas de juros. Para as empresas, o volume de concessão avançou 9%. Ao todo, segundo o banco, foram emprestados R$ 518 milhões às famílias, em cinco dias nas linhas de crédito com as novas taxas.

Para empresas, o volume alcançou R$ 323 milhões.Entre as opções de crédito com maior aumento na procura, a Caixa destaca o consignado com desconto em folha, que teve expansão de 61,4% na comparação com os cinco primeiros dias de março. Já o crédito direto ao consumidor registrou avanço ainda maior, de 73%.A instituição afirma que, além do aumento no crédito, notou elevação da procura por informações na página da Caixa na internet e na central de atendimento telefônico, que cresceu 32% após a redução dos juros.

Fonte: Diário do Grande ABC

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