08/01/2013 10:06
Mesmo com a estagnação da economia em 2012, os lojistas da região estão satisfeitos com o desempenho das vendas no Natal. Segundo associações comerciais do Grande ABC, as comercializações tiveram alta de até 6% em comparação ao Natal de 2011. “As compras em dezembro foram pagas, em sua maioria, a vista e tiveram tíquete médio menor, mas o resultado foi bastante positivo”, frisa o presidente da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano), Nelson Antonio Braido.
Na visão do presidente da Acisbec (Associação Comercial de São Bernardo), Valter Moura, o consumismo garantiu o crescimento nas vendas, na região, entre 5% e 6% no fim de 2012. “Mesmo que o nível de endividamento da população seja alto, as pessoas sempre gastam nas comemorações de fim de ano. É tradição. Avaliamos o índice de crescimento satisfatório.”
Segundo Vera Lúcia Rocha, atual presidente da Ace (Associação Comercial e Empresarial) de Diadema, mesmo com o alto nível de inadimplência foi possível crescer 5% no Natal. A previsão da dirigente é de que o calote da pessoa física caia, estimulando assim o crédito e, consequentemente, o consumo.
Para 2013 as boas expectativas não param por aí. O presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Evenson Dotto, acredita que alguns setores que fazem parte da entidade têm previsão de expandir até 10% neste ano. “Infelizmente, 2012 não foi muito produtivo. Os comerciantes até venderam um pouco a mais, no entanto, mantiveram o mesmo faturamento, já que precisaram diminuir os preços.”
Para Braido, se o governo federal estimular o acesso ao crédito, como tem feito nos últimos anos, não só o comércio, como todos os setores da economia terão desempenho muito melhor. O dirigente da Aciscs completa que políticas como a redução de juros para empréstimos junto aos bancos privados pode ser alternativa para a economia.
Moura comenta que o Brasil é o País do crédito. “O maior cuidado é quanto ao prazo de pagamento cada vez maior. Se o consumidor não tiver planejamento financeiro, a inadimplência continuará a subir.”
De acordo com economistas da Serasa Experian, a escalada do calote no biênio 2011/12 impediu desempenho mais favorável das concessões de crédito. Por isso, a normalização gradativa dos níveis de inadimplemento irá proporcionar, junto com os estímulos monetários e fiscais e com o bom momento do mercado de trabalho, retomada firme das concessões de crédito. Isso deverá ocorrer especialmente após o primeiro trimestre deste ano, dado o acúmulo sazonal de compromissos nesses meses (IPVA, IPTU, material e uniforme escolares, compras de fim de ano e gasto com férias).
Indicador Serasa Experian de perspectiva do crédito ao consumidor apontou alta de 0,7% em novembro. Vale lembrar que sua metodologia prevê o cenário para os próximos seis meses.
Brasileiros são otimistas quanto à economia
Quando o assunto é economia, os brasileiros estão entre as populações mais otimistas para este ano: 57% acreditam que este ano será de prosperidade econômica, o que coloca o País como terceiro no ranking. O dado é resultado da pesquisa Barômetro Global de Otimismo, feita pelo Ibope Inteligência em parceria com a Worldwide Independent Network of Market Research. Realizado em 54 países, com 55.817 entrevistados, o levantamento mostra que os jovens (entre 16 e 24 anos) são os mais otimistas (62%). Por nível social, as classes D/E são as que mais acreditam que o País deva deslanchar com relação ao crescimento econômico (60%). O otimismo no Brasil é superado apenas pelas populações da Geórgia (69%) e do Azerbaijão (58%).
Já os brasileiros que esperam ter dificuldade no bolso em 2013 somam 12%. Por aqui, os menos otimistas são as pessoas das classes A/B, moradores da região Sul e com idade entre 40 e 49 anos.
Fonte: Diário do Grande ABC