Pólo Petroquímico do Grande ABC pára em agosto

10/09/2008 09:00

O fluxo de pessoas e veículos cresceu e vai aumentar mais ainda no Pólo Petroquímico do Grande ABC, que se prepara para realizar uma parada geral nas operações entre os dias 22 de agosto e 6 de outubro. A parada para manutenção do Pólo acontece a cada quatro e seis anos e é indispensável no tocante à segurança. Durante os 45 dias, sete empresas vão aproveitar o período para executar ou finalizar interligações de dutos como parte do processo de expansão da capacidade produtiva do Pólo, trabalho iniciado em 2007 que absorverá investimentos da ordem de US$ 1,2 bilhão até 2010.

Por conta da parada, nos primeiros dias os dispositivos de segurança, também conhecidos como tochas ou flares, e que são utilizados para queima de gases fora de especificação, deverão ser serão acionados, porém sem motivos para preocupação da comunidade. No retorno às operações, os mesmos flares voltarão a funcionar por alguns dias, o que poderá provocar maior nível de ruído no entorno das empresas. Isso deverá ocorrer entre o final de setembro e início de outubro.

A parada

Essa é uma das mais complexas paradas da história das indústrias petroquímicas da região, porque visa não só a manutenção das plantas, mas também a ampliação da capacidade de produção da maioria delas. A Quattor – Unidade Químicos Básicos ABC (ex-PQU Petroquímica União) – vai inaugurar nova unidade produtiva e, na parada, vai integrá-la ao restante da planta.

O mesmo ocorrerá com as empresas Quattor – Unidade Polietileno ABC (ex-Polietilenos União), Solvay Indupa, Oxiteno, Quattor – Unidade Químicos Básicos ABC (ex-Unipar Divisão Química), Cabot e Quattor – Unidade Polipropileno ABC (ex-Nova Petroquímica).

Superpopulação

Para possibilitar a execução de todos os trabalhos previstos no período, cerca de 10 mil trabalhadores adicionais de empresas terceirizadas, entre soldadores, mecânicos, eletricistas e outras especialidades profissionais, vão se juntar aos 5 mil colaboradores já existentes, além de veículos, caminhões e máquinas pesadas que já circulam pelo Pólo.

“Apesar dos possíveis transtornos provocados pela intensa movimentação, os procedimentos de segurança aplicados feitos durante a parada e expansão deverão evitar riscos aos trabalhadores e não oferecem nenhum risco à população”, avisa o engº. Sidney dos Santos, gerente executivo da APOLO (Associação das Indústrias do Pólo Petroquímico do Grande ABC).

As paradas gerais de manutenção das indústrias petroquímicas obedecem às normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, como a NR5NR13, que exige inspeções periódicas em caldeiras, vasos de pressão, trocadores de calor e outros equipamentos dos processos produtivos. “Durante a parada serão realizados serviços de manutenção e inspeção de vasos de pressão, caldeiras, trocadores de calor, entre outros equipamentos, e em alguns casos, substituições. São atividades que, por questões de segurança, não podem ser realizadas durante a operação normal das plantas”, diz Santos.

Expansão

Na Quattor – Unidade Químicos Básicos ABC (ex-PQU), um novo forno de gás de refinaria vai aumentar a produção de eteno (matéria-prima para produção de resinas plásticas e outros insumos petroquímicos), que passará de 500 mil toneladas/ano para 700 mil toneladas/ano a partir de 2008. A obra envolve a construção de um duto de 97 km, com capacidade para transportar até 1 milhão de metros cúbicos de gás por dia das refinarias da Petrobras em São José dos Campos e Mauá para a PQU central de matérias-primas.

A expansão da Central de Matérias-Primas do Pólo, a PQUA Quattor – Unidade central químicos Básicos / ABC, ampliará o fornecimento e o dobro de matéria-prima para as empresas de segunda geração, como a Polietilenos União Quattor – Unidade Polietileno ABC, Solvay Indupa, Oxiteno, Unipar Quattor – Unidade Químicos Básicos ABC, e a Quattor – Unidade Polipropileno Nova ABC Petroquímica.

Com o gás de refinaria, mistura produzida durante a cadeia de refino de petróleo, a Quattor – Unidade Polietileno ABC Polietilenos União – ampliará sua linha de produtos e mais que duplicará sua produção atual de 170 mil toneladas/ano de polietileno, com investimentos de US$ 140 milhões. Eteno e polietileno são insumos essenciais para fabricantes de artigos plásticos.

Já a planta de Cumeno da Quattor – Unidade Químicos Básicos ABC Unipar Química – vai concluir a utilização da rota de produção via catalisador de zeólitoa, que substituirá o atual catalisador SPA. O projeto vai aumentar a produção de cumeno de 210 mil toneladas/ano para 310 mil toneladas/ano. O investimento é de R$ 100 milhões.

Para ampliar a capacidade produtiva e modernizar as unidades de PVC e soda cáustica, a Solvay Indupa investe US$ 150 milhões. Estes investimentos têm ainda o objetivo de acompanhar a evolução do mercado sulamericano, especialmente do Mercosul, com a expansão do mix de produtos.

Já a Oxiteno vai aumentar a capacidade de produção de isetionato de sódio (matéria-prima para produção de sabonete com propriedade hidratante) e produtos etoxilados, para produção de detergentes, cosméticos e outros. Os investimentos são da ordem de US$ 90 milhões para a obra de ampliação da unidade de óxido de eteno, que passará a produzir 112 mil toneladas anuais.

Outra empresa que vai aumentar a produção é a Quattor – Unidade Polipropileno ABC Nova Petroquímica (ex-Suzano)-, com investimento de US$ 42 milhões. A empresa vai ampliar a capacidade de produção de polipropileno de 360 mil para 450 mil toneladas anuais.

Pólo Petroquímico

Localizado entre Santo André e Mauá, o Pólo Petroquímico do Grande ABC é formado por empresas que mantêm, desde 1998, um trabalho integrado visando interesses comuns e metas de responsabilidade social por meio da APOLO (Associação das Indústrias do Pólo Petroquímico do Grande ABC), que nasceu em dezembro de 2004 com o objetivo de absorver, ampliar e administrar os trabalhos até então realizados pelo Grupo de Sinergia.

A Associação também é dirigida por executivos das empresas e atua subdividida em sete grupos: Serviços Administrativos, Manutenção, Atuação Responsável, Tratamento de Água, Segurança Patrimonial, Comunicação, Medicina do Trabalho e o PAM (Plano de Auxílio Mútuo). Tudo é negociado em bloco e cada empresa paga a sua parte. Entre os projetos desenvolvidos pela APOLO estão a campanha ‘Balão Não’, em parceria com a Polícia Militar, e o Programa de Educação Física Adaptada, da Prefeitura de Santo André, que inclui atividades no Núcleo de Natação Adaptada e o Circuito Aventura, esporte radical voltado para pessoas com deficiência.

As empresas que participam das ações sociais são a Air Liquide, Cabot, Quattor – Unidade Polipropileno ABC Nova Petroquímica, Oxiteno, Petrobras/Refinaria de Capuava, Quattor – Unidade Químicos Básicos ABC PQU – Petroquímica União, Quattor – Unidade Polietileno ABC Polietilenos União, Solvay, planta de Cumeno da Quattor – Unidade Químicos Básicos ABC Unipar, e Vitopel.

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