08/09/2011 14:30
O aumento de emprego e renda verificado na população brasileira nos últimos meses teve um impacto positivo no desempenho das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas. De acordo com a pesquisa Indicadores Sebrae-SP de Conjuntura, em julho de 2011, as MPEs registraram aumento de faturamento real de 5,3% em relação ao mesmo mês de 2010, o que equivale a R$ 1,4 bilhão de receita. Em comparação com junho de 2011, o aumento na receita foi de R$ 220,3 milhões.
Esse resultado foi alavancado pelo setor de serviços, com crescimento de 10,3%, seguido pelo comércio (+5,6%) e indústria, com queda de 3,1% no faturamento real. “O resultado negativo da indústria é reflexo do impacto das medidas de contenção de crédito adotadas pelo Banco Central (BC) no último semestre, e também da concorrência com os importados, acirrada pela valorização do real, entre outros fatores”, afirma Pedro João Gonçalves, consultor do Sebrae-SP.
Por região, a Metropolitana de São Paulo apresentou 6,4% de crescimento em julho de 2011, em comparação com julho de 2010; o interior do estado teve +4%; o Grande ABC, uma queda de 2%; e o município de São Paulo, um aumento de 13,1%. “Um dos fatores que contribuiu para o resultado do Grande ABC é o fato da região ter alta concentração de indústrias”, justifica o consultor do Sebrae-SP.
Parte dos proprietários das MPEs (35%), em agosto de 2011, acredita no aumento do faturamento para os próximos seis meses. Mas a maioria deles (48%) aposta na manutenção da receita da empresa. “O segundo semestre é tradicionalmente mais favorável para as vendas das MPEs. Esse fenômeno está associado ao pagamento do 13º salário e vendas de fim de ano. Portanto, a expectativa positiva dos empresários tem um componente sazonal”, explica Gonçalves.
Apesar dos bons resultados do mês, para o diretor superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, as perspectivas para as micro e pequenas empresas são de um desempenho mais modesto no segundo semestre. “Particularmente, as MPEs do setor industrial devem ser afetadas pelas restrições ao crédito e concorrência com produtos importados”, pontua. Já sobre os setores de comércio e serviços, ele declara, “devem ter um desempenho melhor que a indústria, devido às vendas para o mercado consumidor interno”.
Quanto à economia brasileira, as opiniões ficaram um pouco menos otimistas: 49% dos empresários esperam a manutenção do nível da atividade para os próximos seis meses; 25% acreditam na melhora; e 14% apostam na piora, o que representa um aumento em relação a agosto de 2010, com 11% dos empresários compartilhando essa opinião.
Fonte: Redação