Exportação seguem em expansão

14/10/2010 14:44

As exportações do Grande ABC em setembro seguiram em ritmo de gradual retomada, com expansão de 1,22% frente a agosto. Foi o terceiro mês seguido de crescimento nas vendas externas, o que, segundo representantes da indústria, reflete a melhora na demanda em mercados no Exterior. É o que aponta levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Os dados do ministério mostram ainda que, nos primeiros nove meses do ano, a região já registrou US$ 4,34 bilhões de faturamento com encomendas a outros países, alta de 36% em relação ao mesmo período de 2009. A maior parte disso(US$ 2,85 bilhões, ou 65% do total) foi obtido por empresas de São Bernardo, com destaque para as montadoras de veículos. Na pauta de exportações da cidade, chassis de ônibus lideram as vendas, seguidos por caminhões e automóveis médios.

A recuperação na demanda é observada sobretudo em países da América Latina. Das encomendas do município, a Argentina é o principal destino. Em segundo lugar, vem o Chile, e em terceiro, o México.

São Caetano, onde fica a sede da General Motors do Brasil, também observa essa reação. Um exemplo são os carros populares (até 1.500 cilindradas), que figuram em terceiro no ranking dos principais itens exportados, com US$ 23 milhões de receita. Em 2009, esses veículos da cidade da região praticamente não tiveram vendas ao Exterior.

Importações – A retomada dos mercados externos, no entanto, é acompanhada da valorização cambial, que pode agravar um quadro de crescimento das importações. Enquanto as exportações cresceram 1,22% no mês, as aquisições de itens de outros países tiveram expansão de 9,6% em relação a agosto, e no acumulado do ano (janeiro a setembro) somam US$ 3,8 bilhões, 51% mais do que nos nove primeiros meses de 2009.

Para o diretor titular da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Mauro Miaguti, com a queda do dólar, a perspectiva não é das melhores. “É uma tendência prejudicial. Há casos de máquinas que estão entrando no País por um terço do valor das fabricadas aqui”, avalia.

O impacto do câmbio é mais sentido entre as pequenas fabricantes. “Assistimos um fenômeno de desindustrialização, em que as empresas preferem importar a produzir localmente”, afirma o diretor adjunto do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva. A cidade reduziu em 19% suas vendas ao Exterior neste ano até setembro, enquanto as importações cresceram 62%.

Fonte: Diário do Grande ABC

Notícias relacionadas