Empresas querem aproveitar feiras para elevar exportação

13/01/2010 09:03

Ao conquistar a 10ª posição dentre as maiores economias mundiais, de acordo com os critérios de Produto Interno Bruto (PIB), o grande avanço tecnológico e as medidas frente a crise financeira mundial, o Brasil ampliou sua visibilidade no mercado internacional exportador e hoje está entre os 20 maiores do mundo, com US$ 118 bilhões – em 2005 (último dado disponível) – vendidos entre produtos e serviços a outros países do globo.

Com o objetivo de aproveitar o momento de forte atração pelos demais países do mundo, os empresários brasileiros já começam a planejar atuação em grandes feiras internacionais, e com isso aumentar suas receitas com exportações e divulgar suas marcas.

De acordo com o diretor do Ludovico Instituto de Comércio Exterior, Nelson Ludovico, o planejamento das empresas brasileiras deve ocorrer com no mínimo noventa dias de antecedência, para que todas as decisões logísticas e de infraestrutura sejam realizadas e acompanhadas, sem nenhum problema. “Primeiro o planejamento no comércio exterior tem que ser feito com 90 dias de antecedência, pois existe a sazonalidade das produções e a necessidade de compra por parte de outros mercados. Além disso, há a necessidade de relacionar a produção com a logística, que demanda uma análise de custos.”

Ele ainda completou “os empresários devem saber que é importante é começar desde já a pensar nas vendas, nas demandas e não esperar passar o carnaval para isso. Podemos ver que existem algumas áreas que estão sofrendo com as mudanças climáticas e outras ainda devem sofrer, por isso os governos destes países fazem seus pedidos, solicitam produtos com antecedência”, afirmou Ludovico, autor da série sobre comércio exterior, da Saraiva.

Mercado internacional

Renato Castro, diretor executivo do Grupo Baumann, explica que o grupo tem como meta abrir as portas para brasileiros com interesse em exportar.

“A iniciativa é para dar oportunidades para o empresário em busca de novos mercados, a preferência é para o setor de bebidas e alimentos.” Castro afirma que já iniciou a organização para a décima delegação à Canton Fair, que acontece na China, de 15 de abril a 5 de maio.

Em uma feira tão completa como a Canton seria impossível para o brasileiro competir com eletroeletrônicos, por exemplo. No entanto, há uma abertura grande para a exposição de bebidas e alimentos devido a grande demanda da própria população chinesa”, explica Castro.

“Para este ano, a franca recuperação do mercado será o diferencial para o crescimento dos números alcançados na última edição”, conta Cláudio Meirelles, também diretor do Grupo, referindo-se aos US$ 30 bilhões que a feira de outubro de 2009 apresentou.

Segundo Ludovico, a “bola da vez” ainda são as commodities, contudo, ele frisa que os têxteis estão retomando sua posição e o setor de alimentos industrializados pode levar grande vantagem esse ano, pois “são produtos prontos e devido a alta demanda, eles devem crescer.”

Wirland Teixeira, coordenador do Mercosul Business Meeting, declara que o planejamento é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. “A questão do comércio exterior é muito mutante, a China hoje é o maior país exportador, que tem um planejamento muito eficaz, esse planejamento é a chave do negócio o caminho para o sucesso”, relata.

Para o coordenador, o setor industrial é quem toma a dianteira frente ao mercado internacional, pois consegue se posicionar muito mais facilmente perante ao mercado externo, transformando produtos e sendo mais competitivo internacionalmente.

Segundo ele, a feira de comércio exterior da América Latina, que acontece em Itajaí (SC) entre 15 e 17 de julho deve registras US$ 800 mil em contratos imediatos, além de elevar esse valor em três ou quatro vezes com contratos futuros e relacionamentos efetuados durante o evento.

“Os negócios durante a feira devem gerar US$ 800 mil para o comércio brasileiro, e esperamos mais 3 ou 4 vezes o valor dos contratos posterior a realização da feira”, argumentou Teixeira.

O professor Ludovico é ponderado ao dizer que “as empresas não devem ganhar muito mais com as exportações, mas elas já ganham em tempo com relação as vendas internacionais. O ganho é uma questão muito relativa, por conta do cambio. Esse ano eu não acredito que haverá uma demanda alta. Entrar em boas feiras, em feiras tradicionais, no qual o mundo visita é um ótimo passo para que representantes comprem seus produtos. O fator venda permanece sendo muito importante”, concluiu.

Fonte: Karina Nappi – DCI

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